terça-feira, 16 de junho de 2009

Eugénio de Andrade




A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo
cintila,
a boca espera
que pode uma boca
esperar
senão outra boca?
espera o ardor
do vento
para ser ave,
e cantar.


Eugénio de Andrade



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